domingo, maio 06, 2007

Problemas ambientais

Outro dia, Washington Novaes escreveu um artigo no qual comentou que o professor Ignacy Sachs costumava citar um de seus mestres que dizia que uma idéia demora pelo menos duas décadas para ser aceita. Esse artigo chama "Duas Décadas de Advertências. E aí?". É um artigo excelente; vou procurar colocá-lo aqui, mais tarde.
As duas décadas de advertências às quais Novaes se refere são as duas décadas de advertências mundiais sobre a destruição da Terra: aquecimento global, buraco na camada de ozônio, desertificação etc. Em 1987, foi criado o conceito de "desenvolvimento sustentável", no Relatório Brundtland, com o título "Nosso Futuro Comum". Faz 20 anos. "E aí?" Hoje, se fala demais sobre o "desenvolvimento sustentável". Ótimo sinal de que a idéia é cada vez mais aceita. Mas não adianta ser aceita e não ser aplicada.
Isso mostra a burrice do ser humano: só aprende "apanhando". Há 20 anos começaram a surgir avisos sobre o que aconteceria no futuro (não mais tão distante, agora). No entanto, nada foi evitado. O assunto começou a ser levado mais a sério há pouco tempo e, mesmo assim, nem tão a sério: serve mais para embelezar discursos. Na verdade, virou moda.
É, virou moda. Fala-se cada vez mais sobre esse assunto e, no entanto, nenhum país quer diminuir as suas emissões de CO2. Brasil, Índia e China utilizam o argumento de que os causadores históricos da situação atual são os "desenvolvidos" e, portanto, eles devem "pagar a conta".
Enquanto isso, o Ibama é dividido em dois. Assim como nosso PIB cresceu mudando-se os cálculos, os problemas existentes para a construção das usinas do Rio Madeira desaparecerão com a divisão do Ibama em dois. A impressão que me dá é que o governo está tentando mostrar poder; mostrar que ele tem poder para dividir o Ibama. O que mais será que ele fará se o licenciamento não sair mesmo assim?
No artigo, Novaes chegou à conclusão de que 20 anos são insuficientes. E eu concordo.
Quem vai pagar a conta são os nossos descendentes, isso sim.

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