segunda-feira, maio 21, 2007

A Noite

Em todos os idiomas europeus, a palavra NOITE é formada pela letra N + o número 8.
A letra N é o símbolo matemático de infinito e o 8 deitado também simboliza infinito, ou seja, noite significa, em todas as línguas, a união do infinito!

Português: noite = n + oito
Inglês: night = n + eight
Alemão: nacht = n + acht
Espanhol: noche = n + ocho
Francês: nuit = n + huit
Italiano : notte = n + otto

quarta-feira, maio 16, 2007

Eu já coloquei várias partes da "Bíblia do Caos" no meu blog, mas este é muito bom para repetir agora, depois do meu post anterior.

A verdade é que os de cima realmente não trabalham. Não vamos tergiversar, trabalhar é dar duro, é suar, é fazer coisas que não são agradáveis, nem ocasionais, "faço hoje, depois faço quando me der na telha". Pois é, os de cima, que não trabalham, não produzem dinheiro. Em compensação têm todo o tempo pra bolar esquema de tomar o dinheiro dos que estão por baixo e trabalham, e dão duro, e suam, e fazem, continuadamente, coisas que não são agradáveis. E, para tomarem esse dinheiro que não lhes pertence,os de cima inventam palavras nobres, como mordomia, financia, ideologia, macroeconomia e constituinteria.

Novo Evangelho - a Bíblia do Caos (Millôr Fernandes)

Salário dos Políticos

Além de ganharem mais (e não é um aumentinho, como o que o salário mínimo recebe de vez em nunca), só se empenham em discutir de verdade alguma coisa quando esta coisa é o salário deles. Afinal, quando mais que sessões extraordinárias durariam 10 horas? Eles não querem sequer trabalhar na segunda e na sexta, como gente normal, imaginem se iriam querer ficar 10 horas discutindo coisas menos importantes como segurança, saúde, reforma da previdência, reforma política, enfim... Estas coisas para as quais nós não os elegemos. Elegemos para ficarem aumentando o próprio salário. Quem é que consegue viver com R$12.847,20 por mês?! Mesmo com todos os "auxílios" e "ajudas" (por exemplo, ganhar 3 salários a mais por ano).
Agora, recebendo, ou melhor, ganhando mesmo ("recebe" quem trabalha) R$16.512,09 por mês (e com os "auxílios" ainda mais "auxiliadores") a situação financeira deles deve ficar um pouquinho mais suportável e estável... Coitados. E o que são R$ 8 mi a mais por ano?



Fonte: O Estado de São Paulo

terça-feira, maio 15, 2007

Prisão Indiana

A experiência de Tihar

JOSÉ REINALDO GUIMARÃES CARNEIRO e ROBERTO PORTO

A transformação da prisão de Tihar a tornou referência para outros presídios da Índia. Pode parecer estranho para os padrões ocidentais


NUNCA O sistema penitenciário brasileiro esteve em tamanha evidência. Desde que se deu conta do crescimento das facções dentro dos muros dos presídios e do fato de que elas estão matando organizadamente fora deles, não se via tamanho empenho no debate acerca das idéias e sugestões para a solução do impasse.
O Brasil é, hoje, muito pior e mais violento do que todos gostaríamos de admitir que fosse. Não há dúvida sobre a constatação. Basta relembrar, só recentemente, a morte bárbara de um menor no Rio de Janeiro e o consumo aberto e impune de cocaína exibido em rede nacional de televisão como comemoração de final de ano em uma favela no Estado de São Paulo.
Os fatos guardam pertinência com o direito penal e com o sistema de cumprimento de penas. É algo a ser enfrentado agora. O direito de punir, que veio paulatinamente sendo transformado em sua concepção colonial de vingança do soberano em técnica moderna de ressocialização, agora, no Brasil, precisa de pronta e eficiente solução de recuperação que permita abrandar a violência que tomou conta dos presídios e das ruas.
Foram erros seguidos: não foi possível cuidar da separação adequada dos criminosos; não se deu conta de que a reunião de delinqüentes perigosos com quem tinha crimes mais singelos levaria a uma distorção de grandes proporções nem se percebeu, no tempo certo, que a internação passou a ser indiscriminada e sem critérios.
Agora, para resolver a crise, de onde retirar recursos se eles fazem falta em outros setores prioritários, como saúde e educação, em um país de população sabidamente pobre e carente? Uma experiência indiana -atual e surpreendente- parece sugerir um caminho: em Tihar, nos arredores de Nova Déli, em um dos maiores estabelecimentos prisionais do mundo contemporâneo, deu-se fato singular.
Ali, em presídio de segurança máxima, conhecido como um inferno sem solução, onde estão internados mais de 13 mil detentos, a criatividade de uma diretora, agindo sem recursos nem investimentos públicos do governo indiano, viabilizou a utilização de técnica milenar, consistente na exploração de meditação e estado contemplativo por parte dos reeducandos, com a finalidade terapêutica de livrá-los de seus sofrimentos pessoais, proporcionando-lhes melhor qualidade de vida.
A técnica de origem budista aplicada aos presos indianos levou ao quase aniquilamento da reincidência, da corrupção e do uso de drogas nos presídios onde está funcionando. Por causa do sucesso imediato, foi estendida aos funcionários do estabelecimento e proporcionou a proliferação de cursos periódicos em uma área especialmente criada para reflexão.
A transformação modelar da prisão de Tihar nos últimos treze anos da experiência acabou fazendo-a referência para outros presídios indianos.
Mais do que isso, atraiu a atenção de estudiosos e pesquisadores do mundo todo sobre o fenômeno do controle das angústias das populações carcerárias. Mereceu a atenção da psicanálise e da psiquiatria, já que a reflexão não é técnica convencional de pacificação de presidiários.
Na verdade, a experiência abriu caminho inédito com a adoção de solução prática e econômica para contenção dos problemas carcerários, transformando a vida na prisão em rotina mais suportável e menos violenta. Pode parecer estranho para os padrões ocidentais, já que a realidade brasileira é bem diversa. Porém, se considerarmos que no Brasil a falta de recursos públicos e a urgência para o encaminhamento da crise são, na essência, os mesmos problemas que em Tihar demandaram pronta solução, será justo reconhecer que a experiência do presídio indiano é uma demonstração forte de que o pragmatismo também é fator determinante no encaminhamento de soluções.
A experiência teve o mérito de se basear na criatividade no trato com questões polêmicas e no enfrentamento da realidade que permitiu, com o auxílio de métodos não convencionais de cumprimento de pena, o abrandamento da crise. Trabalhou a acumulação das tensões que dominam os ambientes carcerários, trazendo demonstração de que a vocação e a criatividade das autoridades são fatores determinantes para tornar mais justa e equilibrada a vida das populações carcerárias.

JOSÉ REINALDO GUIMARÃES CARNEIRO é mestre em direito processual penal pela PUC-SP. ROBERTO PORTO é mestre em direito político e econômico pela Universidade Mackenzie de São Paulo e autor do livro "Crime Organizado e Sistema Prisional". Ambos são promotores de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado, em São Paulo.

quarta-feira, maio 09, 2007

Piada

O telefone toca e a dona da casa atende:

- Alô!

- Sra. Silva, por favor.

- É ela quem fala.

- Sra. Silva, aqui é o Dr. Arruda do Laboratório. Ontem, quando o médico do seu marido enviou a biopsia dele para o laboratório,uma biopsia de um outro Sr. Silva chegou também, e nós agora não sabemos qual é a do seu marido. Infelizmente, os resultados são ambos ruins e terríveis.

- O que o senhor quer dizer?

- Bem, um dos exames deu positivo para Alzheimer e o outro deu Positivo para AIDS. Nós não sabemos qual é o do seu marido.

- Isto é espantoso! Vocês não podem repetir os exames?

- Normalmente seria isso que faríamos mas o SUS somente paga esses Exames caros uma única vez por paciente.

- Bem, o senhor me aconselha a fazer o que?

- O pessoal do SUS aconselha que a senhora leve seu marido para algum lugar bem longe da sua casa e o deixe por lá. Se ele conseguir achar o caminho de volta, não faça mais sexo com ele.

segunda-feira, maio 07, 2007

E, enquanto o Ibama é dividido e o governo só quer saber das suas usinas de marketing...

Trans-Iriri, mais uma estrada ilegal desmatando a Amazônia
Ela faz parte de estimados 168 mil km de rotas abertas na mata por madeireiras clandestinas

Tom Phillips
The Guardian

Londres

Oficialmente, a loja de motosserras de Geroan não existe. Nem o posto de gasolina ao lado, a oficina de motocicletas ou o supermercado União, um barracão onde as prateleiras cobertas de pó pendem ao peso de dezenas de garrafas de cachaça. Os estabelecimentos ficam ao longo da Trans-Iriri, uma estrada clandestina que penetra centenas de quilômetros numa área da Amazônia chamada Terra do Meio.
Essa rodovia não consta de nenhum mapa rodoviário. Oficialmente, a Trans-Iriri não existe. As estradas ilegais–freqüentemente construídas por madeireiros ilegais – são um dos maiores desafios para o governo brasileiro no combate ao desmatamento. Estima-se que existam mais de 168 mil quilômetros dessas estradas na região amazônica, atravessando áreas protegidas e abrindo caminho para a destruição da maior floresta tropical do mundo.
Com 200 quilômetros, a Trans-Iriri, que segue na direção oeste, através da Terra do Meio e a partir de São Felix do Xingu (PA), é a principal delas.
Autoridades do governo recentemente alardearam um certo sucesso no combate ao desmatamento: entre agosto de2005 e de 2006,em torno de 13.100 quilômetros quadrados de floresta foram abatidos, 30% menos do que no período anterior, 2004-2005. Porém, apoiados por essa rede de estradas escondidas, os madeireiros continuam a destruir a floresta. No Pará, onde está a Trans-Iriri, imagens de satélite produzidas pelo governo mostram que o corte aumentou 50% desde 2004. São Félix do Xingu é, pelo quinto ano consecutivo, o município campeão de desmatamento, com cerca de 770 quilômetros quadrados de floresta derrubados entre 2005 e 2006.
Cercada pelos Rios Xingu e Iriri, a Terra do Meio – uma área do tamanho da Escócia – está no centro da destruição. Desde a década de 90, as madeireiras foram abrindo impetuosamente a Trans-Iriri, fazendo vias secundárias, as “picadas”, na floresta adentro e gradativamente substituindo a mata por imensas fazendas de gado.
A partir de 2005, as autoridades criaram duas enormes unidades de conservação. Áreas de proteção também foram criadas ao longo da rodovia Trans-Iriri e o exército foi enviado para patrulhar a região.
“A presença do Exército em 2005 surtiu algum efeito”, diz Marcelo Marquesini, da ONG Greenpeace. “No entanto, dois anos depois, as operações continuaram esporadicamente. Quando os soldados vão embora, as pessoas retornam.”
O ambientalista Tarcísio Feitosa da Silva, que no ano passado recebeu o prêmio Goldman pelo trabalho de proteção da Amazônia, afirma que o mistério que envolve estradas como a Trans-Iriri ajudou a ocultar essa onda persistente de destruição. “Oficialmente, essa estrada não existe. Nunca recebeu permissão do governo”, diz.
Na ausência do Estado, os fazendeiros empregam uma polícia ilegal formada por pistoleiros para “manter essa estrutura de invisibilidade. É por isso que ninguém fala da estrada”, afirma Tarcísio, que já recebeu ameaças de morte por causa do seu trabalho. “E tudo continua como está porque é aqui que estão os maiores fazendeiros.”
A Terra do Meio é uma espécie de zona autônoma, um buraco negro sobre o qual as autoridades exercem pouco controle. Catia Canedo, secretária do Turismo e do Meio Ambiente de São Félix do Xingu, diz, por exemplo, que nunca visitou a estrada, apesar de o início estar a poucos quilômetros de seu gabinete. Sem uma força policial para fazer valer as leis (a agência em São Félix do Xingu foi fechada recentemente) o desmatamento ilegal continua.
Maria Nizan de Souza, que trabalha para um grupo católico que combate o uso de trabalhadores escravos, muitos deles usados na derrubada de árvores, disse ser comum ver as toras saindo da floresta. “Hoje três caminhões repletos de madeira passaram por aqui. Ninguém faz nada – todo mundo está assustado.”

TERRA SEM LEI

Embora os ambientalistas chamem a área de Terra do Meio, os brasileiros pobres que vivem nos pequenos assentamentos existentes ao longo da rodovia, chamam-na diferentemente. “É uma terra sem lei”, diz um morador de Vila Caboclo, que não quis dizer seu nome. O lojista Wantui Selvatico, de 42 anos, afirma que os pistoleiros “são comuns por aqui”. “Não existe nada escondido”, acrescenta, mudando de assunto rapidamente. “Acho que vou parar por aqui.”
Enquanto isso, a rede de estradas ilegais continua sua expansão. De acordo com estudo da ONG Imazon, cerca de 1.900 quilômetros de novas estradas são abertos a cada ano.



"Duas décadas de advertências. E aí?"

O artigo sobre o qual falei, do Washington Novaes:


Duas décadas de advertências. E aí?
Washington Novaes

Costuma o professor Ignacy Sachs, da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris, citar um de seus mestres poloneses, segundo o qual uma nova idéia precisa de pelo menos duas décadas para ser aceita. Deve ser o mínimo. Isso ficou claro mais uma vez para quem esteve presente às discussões do 2º Congresso Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, promovido esta semana pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). Ali – além de haver sido assinado um pacto entre grandes empresas que se comprometem a reduzir suas emissões de gases e outro entre instituições que propõem o fim do desmatamento no País, o aumento no uso de energias renováveis e o estabelecimento de metas nacionais de redução das emissões, entre outros pontos – ocorreu uma discussão sobre os 20 anos do chamado Relatório Brundtland.
Coordenado pela então primeira-ministra da Noruega, a pedido das Nações Unidas, o relatório, com o título Nosso Futuro Comum, consolidou o conceito do que passou a ser chamado de “desenvolvimento sustentável”, aquele capaz de atender às necessidades das atuais gerações sem comprometer os direitos das futuras gerações. Nesse documento de abril de 1987, a coordenadora enfatizava que “os cientistas chamaram a atenção para problemas urgentes e complexos ligados à própria sobrevivência do ser humano: um planeta em processo de aquecimento, ameaças à camada de ozônio, desastres que devoram as terras de cultivo”.
Pois, nestas últimas semanas, 20 anos passados, o noticiário continuou a dizer que o buraco na camada de ozônio permanece em níveis recordes e assim permanecerá por muito tempo, que o drama do aquecimento global continua sem solução, que continuamos a consumir mais recursos naturais do que a biosfera terrestre pode repor. E o ex-secretário da ONU Kofi Annan voltou a advertir: “Se nós não colocarmos o clima sob controle, se não enfrentarmos os desafios do meio ambiente, todos os esforços que estamos fazendo serão inúteis.” E o disse no mesmo dia em que se anunciava um terceiro relatório complementar do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) – a ser divulgado a 4 de maio, na Tailândia –, mostrando que precisamos de mudanças drásticas para evitar que a concentração de gases na atmosfera ultrapasse 450 partes por milhão (ppm) e as perdas no produto bruto mundial superem 3%. Se a concentração chegar a 530 ppm, a perda ficará entre 5% e 20% (como já advertiu o chamado Relatório Stern).
Nas discussões sobre os 20 anos do Relatório Brundtland, em São Paulo, ficou claro que o mestre polonês tem toda a razão. Já em 1988, o IPCC divulgou seu primeiro relatório, basicamente com as mesmas advertências do último (fevereiro de 2007): a temperatura do planeta já se elevara quase 0,8 grau Celsius em conseqüência de ações humanas; o aquecimento estava intensificando secas, inundações, furacões, aumentos de temperatura e perdas de culturas, etc. Quatro anos depois, em 1992, no Rio de Janeiro, assinava-se a Convenção do Clima, que recomendava a redução das emissões de gases poluentes pelos países industrializados, assim como a convenção sobre a diversidade biológica para tentar evitar que ela continuasse a se perder em alta velocidade. Assinava-se, também, a Agenda 21 mundial, com as estratégias e ações capazes de resolver os graves problemas sociais e ambientais do mundo. Maurice Strong, secretário da Eco-92, dizia: “É a nossa última oportunidade de rever os rumos planetários, sob pena de declínio da espécie humana.”
Cinco anos depois, na Rio + 5, Strong voltava à carga: “Precisamos reinventar a civilização industrial.” E o ex-primeiro-ministro soviético Mikhail Gorbachev sentenciava: “Precisamos de novo paradigma; a civilização atual chegou a seu fim, exauriu as suas possibilidades. Temos de chegar a um consenso sobre novos valores. Em 30 a 40 anos a Terra poderá viver sem nós.”
Ouvidos moucos. Na Rio +10 (Johannesburgo, 2002), o presidente da França, Jacques Chirac, depois de estigmatizar a insustentabilidade dos padrões de produção e consumo no mundo, assim como a concentração da renda (gerando as inacreditáveis desigualdades e dramas sociais, que ele chamou de “apartheid mundial”), chicoteava: “As futuras gerações nos cobrarão; ‘vocês sabiam’, dirão elas, ‘e nada fizeram’.”
Chega 2006. O relatório do Programa das Nações Unidas reafirma que estamos consumindo 25% além da capacidade de reposição do planeta. O Relatório Stern diz que, por causa do clima, caminhamos para uma catástrofe econômica e só temos uma década para tentar pelo menos minimizar os prejuízos. Um terceiro relatório, da Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO), da ONU, assegura que as culturas de carnes precisam reduzir seu impacto sobre o meio ambiente pelo menos em 50% – mas deverão aumentá-lo em 100% até 2020.
Este ano, o IPCC confirma, com grau de certeza muito maior, tudo o que vinha dizendo desde 1988. Mas os Estados Unidos, maior emissor de gases, continuam se recusando a assumir metas de redução – assim como a China, que, em breve, se tornará o maior emissor, o Brasil, quarto maior, a Índia e outros países. Só nesta semana, 15 anos depois de o País haver assinado a Convenção do Clima, o Ministério do Meio Ambiente está criando uma Secretaria de Mudanças Climáticas, depois de haver anunciado, há poucos dias, que “daqui a quatro meses” estará pronto um plano nacional para essa área. Na Agenda 21 nacional, a proposta de construção de um capítulo sobre esse tema – ali apresentada pelo autor destas linhas – foi aprovada há uns dois anos, mas não conseguiu sequer chegar ao papel, quanto mais a uma discussão.
Talvez o mestre polonês ainda fosse muito otimista. Vinte anos parecem pouco, mesmo diante de evidências dramáticas.

TIM

Pois é... Meu desejo foi atendido: a TIM foi vendida. Mas para a Telefónica. =/
Não dá pra comemorar.
Quem será que ela vai abandonar: a Vivo ou a TIM, que acabou de comprar?

domingo, maio 06, 2007

Problemas ambientais

Outro dia, Washington Novaes escreveu um artigo no qual comentou que o professor Ignacy Sachs costumava citar um de seus mestres que dizia que uma idéia demora pelo menos duas décadas para ser aceita. Esse artigo chama "Duas Décadas de Advertências. E aí?". É um artigo excelente; vou procurar colocá-lo aqui, mais tarde.
As duas décadas de advertências às quais Novaes se refere são as duas décadas de advertências mundiais sobre a destruição da Terra: aquecimento global, buraco na camada de ozônio, desertificação etc. Em 1987, foi criado o conceito de "desenvolvimento sustentável", no Relatório Brundtland, com o título "Nosso Futuro Comum". Faz 20 anos. "E aí?" Hoje, se fala demais sobre o "desenvolvimento sustentável". Ótimo sinal de que a idéia é cada vez mais aceita. Mas não adianta ser aceita e não ser aplicada.
Isso mostra a burrice do ser humano: só aprende "apanhando". Há 20 anos começaram a surgir avisos sobre o que aconteceria no futuro (não mais tão distante, agora). No entanto, nada foi evitado. O assunto começou a ser levado mais a sério há pouco tempo e, mesmo assim, nem tão a sério: serve mais para embelezar discursos. Na verdade, virou moda.
É, virou moda. Fala-se cada vez mais sobre esse assunto e, no entanto, nenhum país quer diminuir as suas emissões de CO2. Brasil, Índia e China utilizam o argumento de que os causadores históricos da situação atual são os "desenvolvidos" e, portanto, eles devem "pagar a conta".
Enquanto isso, o Ibama é dividido em dois. Assim como nosso PIB cresceu mudando-se os cálculos, os problemas existentes para a construção das usinas do Rio Madeira desaparecerão com a divisão do Ibama em dois. A impressão que me dá é que o governo está tentando mostrar poder; mostrar que ele tem poder para dividir o Ibama. O que mais será que ele fará se o licenciamento não sair mesmo assim?
No artigo, Novaes chegou à conclusão de que 20 anos são insuficientes. E eu concordo.
Quem vai pagar a conta são os nossos descendentes, isso sim.

Boa noite

Como dormir também faz bem para a memória - é durante o período do sono que o cérebro transfere as memórias do hipocampo para o córtex, entre outras coisas -, vou dormir agora.

Me... me, o que mesmo?

Doscobri que a culpa da falta de memória não é minha: é a proteína.
Só não lembro muito bem como ela chama... Peraí, deixa eu ver por aqui. Ela chama... (de quem eu estou falando mesmo? Ah, tá!) "BDNF". Ela é a responsável por determinar se uma memória vai durar 1 minuto, 1 hora, 1 dia, a vida inteira. E, pelo jeito, ela não gosta muito de si mesma, porque eu nunca lembro esse nominho. Aliás, os cientistas é que devem ter dado o nome errado e, por isso, ela resolve que não vai durar muito essa memória (eu a entendo, porque essa sigla parece coisa de política e não de biologia). Enfim, é a "proteína da memória".
Agora, tudo ficou muito mais simples. Quando esquecemos de alguma coisa que deveríamos ter lembrado (afinal, se não devessemos lembrar, lembraríamos - mas a responsável por isso é outra, a Lei de Murphy, depois falamos dela, se eu lembrar) é só explicar para quem precisar que foi a... BDNF e ninguém pode nos culpar.
Seria bom, também, descobrir se há alimentos ricos em... BDNF. Se alguém souber, me avisa, ok? Talvez a Maria Alice Vergueiro saiba. Aquele chá... será que é isso?


Curiosidade: Passo a passo, como as informações são codificadas e transformadas em memórias.
1 - Quando uma memória é adquirida, ela fica reverberando no cérebro por um tempo, passando pelos neurônios por meio das sinapses (consexões de neurônios) no hipocampo (uma parte inferior forntal do cérebro).
2 - Para ser consolidada, entra em ação um mecanismo conhecido como potenciação de longa duração (LPT). Desde a década de 70 se sabia que ela é a responsável por fortalecer essas conexões, mas no ano passado o grupo liderado por Iván Izquierdo, da PUC-RS, descobriu que é esse mecanismo que fixa o aprendizado. Ele é a base da memória.
3 - Cerca de 12 horas depois que a memória foi adquirida, começa a agir uma outra proteína, conhecida como BDNF, que possibilita a persistência dessa memória. É a BDNF que vai dizer se a pessoa vai se lembrar daquilo por poucos dias (para uma prova, por exemplo) ou pela vida toda.
FONTE: Estadão - Giovana Girardi - "Cientistas mostram como a memória persiste"