MAIS LUZ!
(Antero de Quental)
"Amem a noite os magros crapulosos,
E os que sonham com virgens impossíveis,
E os que se inclinam, mudos e impassíveis,
À borda dos abismos silenciosos...
Tu, Lua, com teus raios vaporosos,
Cobre-os, tapa-os e torna-os insensíveis,
Tanto aos vícios cruéis e inextinguíveis,
Como aos longos cuidados dolorosos!
Eu amarei a santa madrugada,
E o meio-dia, em vida refervendo,
E a tarde rumorosa e repousada.
Viva e trabalhe em plena luz: depois,
Seja-me dado ainda ver, morrendo,
O claro Sol, amigo dos heróis!"
(Antero de Quental)
"Amem a noite os magros crapulosos,
E os que sonham com virgens impossíveis,
E os que se inclinam, mudos e impassíveis,
À borda dos abismos silenciosos...
Tu, Lua, com teus raios vaporosos,
Cobre-os, tapa-os e torna-os insensíveis,
Tanto aos vícios cruéis e inextinguíveis,
Como aos longos cuidados dolorosos!
Eu amarei a santa madrugada,
E o meio-dia, em vida refervendo,
E a tarde rumorosa e repousada.
Viva e trabalhe em plena luz: depois,
Seja-me dado ainda ver, morrendo,
O claro Sol, amigo dos heróis!"
Amo a noite, mas o dia também tem sua beleza (nesse poema principalmente) e não haveria um sem o outro. Se não fosse o Realismo do dia, o Romantismo da noite não teria graça. Se não fosse o obscuro, o sol seria ainda mais comum (e, aliás, seus momentos de maior beleza acontecem entre a noite e o dia - nem um nem outro, ou ambos). Se não fosse o mistério da noite, o Realismo não se consideraria Realismo. E, afinal, há romantismo no céu iluminado e realismo demais nos becos escuros noturnos.
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