sábado, dezembro 26, 2009

Morte

Hoje recebi a notícia do falecimento de uma amiga de infância, Verônica Kubo. Ela faleceu aos 18 anos, ontem (25/12/09, Natal), em um acidente de carro na Rod. Castelo Branco.
Fiquei chocado e triste. Pela injustiça da morte de alguém tão jovem, que, assim como eu, devia ter planos e mais planos para o futuro. Por pensar na família que ela deixou para trás. Por saber que aquela pessoa, tão de repente e simplesmente, não existe mais aqui.
Nunca esperamos a morte de ninguém, muito menos de pessoas assim jovens. Pensamos no quanto ela ainda teria para viver, nos planos que devia ter, em como seria se ela vivesse o que devia viver. Por isso parece tão injusto. Mas, ao mesmo tempo, a morte e tão imprevisível e inevitável que parece acima de julgamentos sobre sua justiça. E, na verdade, aquelas possibilidades não existem. O que acontece só acontece de um jeito. O "como seria" só pode existir na nossa mente. "Como foi" é a verdade. Ela viveu o que tinha para viver.
Mesmo assim, atormenta a evidência de que "a vida é uma agitação feroz e sem finalidade/Que a vida é traição". Que assim como os dela, todos os planos podem ser interrompidos a qualquer momento, sem possibilidade de contestação, pela chegada ao único destino da vida. É como se a morte fosse o único e verdadeiro "plano", que é o plano da própria vida.
Mas, na verdade, acredito que ela ainda existe, de alguma outra forma, em algum outro lugar. Existe algo mais em nós, além da vida. Não somos a vida. A vida está em nós. A vida estava nela. Agora ela continua, sem essa vida. E esse mistério é inquietante, graças à quase impossibilidade de nos desapegarmos da vida, não importa o que aconteça.