terça-feira, novembro 24, 2009

Campanha contra Dilma

Recebi um e-mail pedindo que não votemos em Dilma Roussef. O argumento usado era o envolvimento dela no lançamento, em 1968, de um carro-bomba contra um quartel do exército em São Paulo; o atentado causou a morte de Mário Kozel Filho.

Em primeiro lugar, parece que não é comprovado o envolvimento de Dilma. Isso não consta nem na tal ficha do DOPS - conhecido como "currículo de Dilma".

Em segundo lugar, mesmo que seja verdade, usar isso como campanha contra a Dilma é um golpe político baixo. O "grupo terrorista" que atacou o quartel não queria assassinar "o" Mário Kosel Filho; eles queriam atingir a organização que estava matando centenas de outras pessoas: o exército. Num período como aquele, as ideologias ficam mesmo exarcebadas, mas dos dois lados. A violência foi usada por ambas as partes, mas ainda mais frequente, forte e hediondamente pelo Exéricito, que matou, traumatizou e mutilou centenas de outros jovens como Kozel.

NÃO QUERO a Dilma para próxima presidente (Deus nos livre!), mas me revolta ver que chegamos ao absurdo de haver pessoas querendo até exaltar o governo da ditadura para poder rebaixar a Dilma que lutava contra essa ditadura. Ver como a política, aqui, é cada vez menos séria e mais inconseqüente.